"Oh vida, oh céus, oh azar! Isso não vai dar certo!" Ah, quem não conhece esse bordão dos desenhos animados?
Para a amargurada hiena Hardy, a vida é sempre difícil. Assim como Hardy, muitas pessoas vivem o fascínio pelo papel de vítima. São aquelas pessoas que vivem lamentando a falta de sorte e se acham perseguidas - pela família, pelos amigos, pelos vizinhos, pelo chefe, por todo mundo.
Ouvi certa vez de uma grande mestre algo que nunca mais me esqueci: "As vítimas não querem soluções, querem aliados!".
Mas por que raios é tão difícil abandonar o papel de vítima?
Para algumas pessoas, o sofrimento tornou-se um sentimento tão habitual, que ela está acostumada e até se sente confortável com isso.
Já tive clientes que relataram sentir até mesmo um vazio conforme iam se autoresponsabilizando e abandonando o papel de vítima.
Há quem encontre na vitimização uma forma de ganhar a atenção dos outros. São adultos que vivem como crianças, ansiosos por receber mais amor, mais cuidado e dedicação.
Além disso, quem se vitimiza, incoscientemente sente-se inocente e numa melhor posição aos outros. Afinal, a pessoa é uma sofredora.
Para sair do papel de vítima, é preciso coragem, primeiro para olhar para si e se responsabilizar pela própria vida. Depois, é preciso "entrar em ação", agir. E os sofredores crônicos sentem uma imensa dificuldade em buscar soluções, por isso eles preferem aliados, aqueles que vão escutá-los e acolhê-los e, de preferência, vão tomar suas "dores profundas" e "injustiças sem fim".
E você? Se reconhece neste papel, onde tudo gira em torno de si?
Este texto é um convite para você olhar para as feridas que a vitimização causou: quantas relações foram interrompidas, pela necessidade de estar certo? Quantas oportunidades perdidas, pelo sentimento de incapacidade? Quantas doenças contraídas devido à crÌtica demasiada, não a si mesmo, mas aos outros? Quantas inimizades? Quantos amores não vividos? Quanta vida desperdiçada...
Pare de jogar o jogo das vítimas, seja ela você ou alguém que você ama! Se colocar ou nutrir no outro o papel de vítima, apenas atrairá situações e pessoas que favorecem a depreciação própria. Liberte-se e incentive os outros a se libertarem também!
Da próxima vez que a nuvem do "coitadinho" pairar sob a sua cabeça, respire fundo e repita a você mesmo ou ao outro:
"Não sou inferior / Você não é inferior a ninguém. Eu sou / você é perfeitamente capaz de se responsabilizar pelo rumo da sua vida."
Já dizia Freud: "Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?."
Não esquece: a vida é feita de infinitas possibilidades, exceto para as vítimas. Porque elas não querem soluções, e sim aliados.
Até uma próxima!
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texto Por Ingridy
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