No mês de setembro, a campanha brasileira de prevenção ao suicídio (setembro amarelo), iniciada em 2015, é tema de discussão em fóruns online, reuniões empresariais e principalmente, tema de debate político, em algumas cidades para levar à população cada vez mais consciência em relação a essa quebra de tabu. Nesse post, escolhemos falar sobre a ansiedade, que anda lado a lado com a depressão. Augusto Cury, no livro “Ansiedade. Como enfrentar o mal do século”, estima que 80% da humanidade sofre de ansiedade. Ele acredita que a maioria de nós está sofrendo de uma agitação interna que ele denomina de “Síndrome do Pensamento Acelerado”, tornando-nos uma sociedade “consumista, rápida e estressada”.
Existem algumas causas mais comuns ao aumento da ansiedade. Listarei as três que notei serem mais frequentes nos meus atendimentos:
A primeira causa diz respeito a valores, ou melhor, a falta deles. Ficamos mais vulneráveis ao ambiente externo quando não dedicamos tempo à reflexão sobre o que realmente é importante para nós e o que queremos construir na vida. A exposição de uma "vida cor-de-rosa" nas redes sociais, por exemplo, favorece uma inversão de valores e uma busca exagerada, por vezes até patológica, de aprovação. Essa felicidade obrigatória é uma falácia que só faz roubar a nossa paz de espírito. Não caia nessa mentira!
A segunda causa é a da urgência. As pessoas querem ganhar dinheiro, serem bem sucedidas, magras, construir uma relação amorosa sólida e saudável da noite para o dia. Resultado? Ansiedade, é claro. Precisamos aceitar que há alguns patamares que só o tempo torna capaz de alcançar. Isso requer esforço e resiliência. Então respira fundo, porque o caminho é tão importante quanto o destino.
A terceira causa? Foco. Pasmem: foco demais gera ansiedade. Pesquisas recentes mostram que um dos paradoxos do sucesso é a capacidade de traçar objetivos e por algum momento abrir mão mentalmente deles. Como um atleta, por exemplo, que deseja muito ganhar a competição, mas que para manter a calma, precisa se esquecer do placar.
E por último mas não menos importante, a mentira do controle. Essa é uma questão muito recorrente nos meus atendimentos, tanto terapêuticos quanto de coaching. Ter controle é uma grande ilusão! Costumo dizer que podemos ter o comando da nossa vida, mas não o controle. É libertador quando aceitamos a nossa falta de controle sobre as coisas e as pessoas! Se queremos ser menos ansiosos, precisamos abrir mão da prepotência, entendo que não somos superpoderosos.
Que tal traçar uma linha divisória entre o compromisso e aceitação? Pega o papel, a caneta e de um lado coloque tudo o que você pode se comprometer e realizar; do outro, liste tudo o que lhe cabe somente acolher e aceitar.
Jamais se esqueça que a vida não tem um ponto de chegada, tudo é caminho. Aproveite para olhar para os lados e apreciar a beleza da jornada.
Até a próxima!
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