Quando se fala em saúde do coração, pensamos em pressão alta, doença cardíaca e infarto. Esses são os vilões mais conhecidos, os que mais causam problemas de saúde e morte, geralmente em conseqüência de nosso estilo de vida (alimentação, falta de exercício e stress).
A Pressão arterial (PA) é o termo usado para descrever a força que o sangue exerce contra a parede de uma artéria. Basicamente, dois fatores afetam esse processo, o débito cardíaco e a resistência periférica.
O débito cardíaco (DC) é o volume de sangue circulado pelo coração por minuto, podendo ser calculado através da freqüência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico (quanto de sangue sai do coração).
Portanto, considerando uma situação de repouso, se o coração está batendo 70 vezes por minuto, e a cada batimento 70 mililitros de sangue são ejetados, o débito cardíaco é de 4900 ml/minuto. Isso mesmo! Em 1min seu coração faz circular pelo seu corpo aproximadamente 5litros de sangue!!!
Esse valor em atletas de maratona no seu esforço máximo, pode alcançar valores de 35 a 40 litros por min!!! Incrível, não?
A influencia que o DC tem na PA está relacionado à quantidade de vezes que o coração bate (se ele bate mais rápido, a PA aumenta) e a força de contração que o coração faz para ejetar o sangue (quanto mais sangue ele joga para fora, maior será a PA).
A resistência periférica (RP) esta relacionada à tensão, elasticidade, volume sanguíneo, constrição e relaxamento dos vasos sanguíneos.
Fazendo uma analogia: Vamos imaginar que o sistema circulatório é um sistema hidráulico fechado, onde o coração é a bomba que impulsiona o sangue, e os vasos sangüíneos são mangueiras elásticas.
Se eu contraio o vaso, ("aperto a mangueira") a PA se eleva. Se eu relaxo, a PA baixa. Se eu abro mais a torneira, mais sangue entra em circulação, e maior será PA.
Agora você entendeu as variáveis fisiológicas que estão relacionadas à Pressão arterial, PA= DC x RP.
Mas o que isso tem a ver com o exercício e a saúde do coração?
Acontece que, o exercício diminui a resistência periférica, pois promove angiogenese formação de novos vasos sanguíneos, dando maior capilarização, ativando vasos sanguíneos, até então inativos por conta do sedentarismo.
Issos já permite mais chances de sobreviver a um ataque cardíaco por conta da circulação colateral que irriga o coração, o exercício também promove diminuição da gordura visceral e melhora no perfil lipídico (HDL, LDL, VLDL) que estão intimamente relacionados à doença arterial coronária, alem disso como o coração é um músculo, podemos perfeitamente treiná-lo para que ele tenha mais força para ejetar o sangue durante o exercício, assim ele não tem necessidade de elevar tanto a FC, permitindo menor esforço cardíaco.
Outras adaptações fisiológicas do exercício que beneficiam o coração, seriam a melhora do retorno venoso (sangue que volta para o coração) permitindo maior enchimento e distensão do miocárdio, aumentando assim o volume de ejeção e melhora do tônus vagal, permitindo maior controle do sistema nervoso central com diminuição da atividade simpática e aumento da atividade parassimpática, isso se traduz numa menor freqüência cardíaca de repouso.
Indivíduos com boa condição aeróbica geralmente apresentam a FC de repouso mais baixa, o que tende a representar um bom quadro de saúde, enquanto valores mais altos aparentemente estão relacionados a risco aumentado de mortalidade. Acho que está bom né?
Deu para perceber que não é só o músculo esquelético que se beneficia com o exercício, não é? - - Saiba mais sobre o funcionamento do seu corpo com atividades físicas por aqui! Conte conosco na próxima semana!!
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